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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dia do Professor: comemorar o quê?

Professor, no Brasil, só é reconhecido no 15 de outubro, assim como Educação só é prioridade em campanhas eleitorais e no delirante e mentiroso slogan "Pátria Educadora".



A universidade pública brasileira está sendo sucateada novamente, duas décadas após a tentativa de desmante empreendida por Fernando Henrique Cardoso, e agora a um ritmo ainda mais rápido do que antes. As condições de trabalho se deterioram cada vez mais, seja pela burocracia imbecilizante, por falta de segurança, defasagem tecnológica e precariedade de bibliotecas e material de apoio.



Os salários dos professores, que há 30 anos se equiparavam ao de juízes ou promotores, foram corroídos a um nível tal que ora são um terço do daqueles profissionais, embora as exigências para ser professor tenham crescido enormemente, e impliquem, hoje, em seis a oito anos a mais de estudo para obtenção de mestrado e doutorado.



Para completar, os concursos para ingresso na universidade pública são, no mais das vezes, cartas marcadas, com conluios entre professores reproduzindo a corrupção endêmica do país e manchando um processo que deveria primar por isenção e merecimento. Há departamentos em que mais de 90% dos professores são egressos da própria instituição.



Por fim, o corte brutal dos recursos para Educação, realizado pelo mesmo governo que se autoproclama “Pátria Educadora", lança os campi a uma situação de penúria – na UFRGS não há nem papel higiênico; várias federais não têm verba sequer para a conta de energia elétrica. Além disso, ao podar 75% das bolsas de pós-graduação, o atual governo coloca o futuro da pesquisa acadêmica sob séria e real ameaça. Concomitantemente, com o país em plena crise orçamentária, os bancos  - Itaú à frente - batem recordes sucessivos de lucros, o que deixa claro quais são as verdadeiras prioridades da administração Dilma Rousseff.



Enquanto isso, no estado mais rico da Nação, o governador, sob o pretexto da economia imposta ela crise, decide, de forma arbitrária e sem nenhuma discussão com a sociedade, fechar escolas, medida que é uma metáfora perfeita para o real valor que se atribui à Educação no país.



Não há o que comemorar.



(Imagem retirada daqui)

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